Rodeio Crioulo do CTG Chaparral não deve retornar



 O Tribunal de Justiça de Santa Catarina acolheu recurso do CTG Chaparral e caçou a liminar que impedia a utilização de animais no Rodeio Crioulo de Joinville, evento que era promovido há mais de 40 anos na propriedade da família Harger. O evento não foi realizado este ano e dificilmente o será no futuro, mesmo com esta aguardada vitória na Justiça. Embora não tenha placa anunciando, as instalações do maior CTG da região estão à venda. “Vencemos (no TJ-SC), mas o desânimo continua grande”, resume Ciro Harger, principal responsável pelos últimos eventos e integrante do MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) em Santa Catarina.

Nos anos 2000, o Rodeio Crioulo de Joinville era considerado um dos cinco maiores do país e estava entre os dois principais eventos turísticos de Joinville em número de visitantes. Em 2015, os problemas começaram a surgir com uma ação judicial proposta por entidades protetoras de animais, alegando que os cavalos e outros animais utilizados nos eventos eram “mal tratados”. Naquele ano, o rodeio teve autorização judicial faltando poucos dias de sua abertura. Foi um prejuízo significativo, pois ninguém tinha certeza que ele ocorreria e muitos já tinham desistido. Mesmo assim, os animais só poderiam participar como “exposição”. Seria a mesma coisa se a Justiça Espanhola autorizasse apenas a “exposição” dos touros nas arenas.

Antes desta acusação improcedente de maus tratos – o TJ-SC afirmou que não foi apresentado comprovação disso – o CTG enfrentou problemas com a Prefeitura de Joinville. Uma vala feita pela própria prefeitura, muitos anos antes para evitar alagamentos na propriedade, foi considerada “riacho” e, por isso, o prédio principal deveria obedecer a um recuo ainda maior. Até hoje este impasse não foi resolvido.

O fundador do CTG Chaparral, Tito Harger, pai de Ciro, já desistiu. Desanimado, prefere desconversar sobre o rodeio de 2018. Aos amigos, confessa que a possível venda da propriedade em Pirabeiraba o fará se mudar definitivamente para sua fazenda em Rio Negrinho. Será o fim das tradições gaúchas em Joinville.


                                                                                                        (Luiz Veríssimo / Notícias do Dia) 


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